Não sou uma pessoa de holofotes. Não gosto de falar em público e acho que mais de três já é multidão. Como consequência natural disso odeio rituais de passagem. Odiei minha primeira comunhão, não quis festa de quinze anos e graças a Deus não lembro do meu batizado.

Mas há coisas das quais não se pode escapar. Minha formatura está marcada para Janeiro e desaparecer no mapa não é uma opção para mim.

A cerimônia, teoricamente, marca nossa passagem para a vida adulta. O caso é que ainda não estou certa de como vestir-me de Batman e receber um cilindro de papelão recheado de confete irá me tornar apta a interagir com a sociedade. Adicione um sacrifício animal e tinta de urucum e teremos algo que pode facilmente ser chamado de barbárie.

Contei tudo isso para dizer que ontem tive que entregar uma foto de infância para ser exibida num telão enquanto colo grau. Minha cara de bebê irá aparecer enorme num canto do palco * e com certeza minha mãe irá chorar.

Pior: minha família do interior vai aplaudir.


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* Na foto em questão tinha apenas 3 anos e estava vestida de caipira para uma festa junina. ( minha mãe democraticamente ordenou que eu levasse ess. A única alternativa era uma em que eu aparecia pelada tentando puxar um rabo de cachorro)

É interessante notar que seguro nos braços um boneco que é a cara do Chucky, o brinquedo assassino.

O abraço dá uma falsa sensação que eu algum dia nutri qualquer ternura por aquela coisa horrenda.

Na verdade eu o jogava contra a parede e chorava à noite achando que ele andaria pelo quarto caso eu dormisse, mas agora não é uma boa hora para falar sobre isso.

Mandei uma sugestão de blog para o Crussificados e eles utilizaram. Uhu!! :)

Nota: eu não ando mais cruel do que o de costume. É que essa menina faz propaganda de blog em lista de discussão. Quando eu finalmente fui conferir tive meu Explorer travado pela midi do Kid Abelha. Assim não pode, assim não dá. Cortem a cabeça!

Hoje acordei, alcancei o controle remoto e liguei a televisão. Apereceu na tela a apresentadora do TV Globinho ( de desenho animado) dizendo para a criançada:

- E aí amiguinhos, prontos para "pirar o cabeção"?

Apertei o off e voltei a dormir sabendo que o mundo está perdido.

Essa daí sou eu num futuro próximo caso não pare de comer Sucrilhos substituindo o leite por calda de caramelo.

No sábado constatei com assombro que o adjetivo "amável" entrou para o rol dos vocábulos desvirtuados ou das qualidades que ninguém quer ter. Ao descrever um colega de faculdade assim ouvi protestos de todos os homens presentes dizendo que isso não é maneira de se falar de uma pessoa que nunca te fez mal algum.

Confesso que estou até agora sem compreender. Já tinha verificado que este fenômeno ocorre com outras palavras do vernáculo como "esforçado", mas este é novidade para mim. Sim, porque ninguém quer ser chamado de esforçado.

- "Seu filho é um aluno muito esforçado." - Significa que a professora utilizou um eufemismo para dizer que seu filho é burrão coitado, mas estuda para caralho.

Ao que tudo indica a macharada associou o adjetivo amável com falta de virilidade ou indícios de bichisse. Eu concordaria se o estivesse usando para descrever um homem para alguma amiga interessada.

- Vou te apresentar um amigo meu…
- Ah é? E como ele é?
- Ah, ele é uma pessoa muito amável…

Horrível. Esse é o equivalente feminino para:

- Aí cara, vou te apresentar uma amiga minha
- Ih, demorô, como ela é?
- Ah, ela é muito simpatica …
- Nem vem que baranga eu não encaro.


Conclusão: vou desistir de fazer aula de francês. Nem português eu ando compreendendo ultimamente.

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Embalos de sábado à noite

Abaixo uma fotito do Hamtaro trêbado depois de ter entornado todo o conteúdo dessas garrafas vazias.

A internet é mesmo o lar doce lar de todos os freaks deste mundo. Esse site tem pornografia de plástico muito gozada ( no bom sentido). Nem os bonequinhos do Lego escaparam da sacanagem. Com história

Resultado da comemoração de ontem: é um sonho que se torna realidade logo depois do apagar das velinhas. Agora eu posso me jogar no sofá, beber um drink com vodka Absolute vendo Em Busca do Cálice Sagrado abraçada com meu mais novo Hamtaro de pelúcia.