As mulheres, as autorizadas e a rebimboca da parafuseta
Mecânico mané é sempre assim: vê mulher e já arruma alguma peça com "poblema" no seu carro que precisa ser trocada. Levei meu carro pra fazer revisão numa autorizada e o camarada logo mostra as unhas.
"É que a pastilha do freio tá gasta e vai ter que trocar. A gente aqui faz por R$ 200,00."
Diante da minha perplexidade segue-se uma explicação de cinco minutos sobre os perigos de pastilhas gastas num trânsito selvagem como o do Rio de Janeiro. Na próxima frenagem eu certamente iria capotar. Não uma, nem duas, mas três vezes. No fim, o carro ainda iria bater num poste e eu iria morrer carbonizada numa enorme bola de fogo.
Penso um pouco em meu carrinho pouco rodado (só 12.000km) e em minha possível pira funerária. Decido que não sou otária.
"Vou trocar não. Troca só o óleo e a borrachinha do pára-brisa."
"Mas a se-nho-ri-ta (assim mesmo, separando bem as sílabas) não acha melhor pri-o-ri-zar a segurança?"
"Ta gasta como? Só 12.000 km, cara. Novinho! Ta gasta como?"
Não houve resposta. Na testa do mecânico lia-se "este programa realizou uma operação fatal e será finalizado". Talvez a vida tenha perdido um pouco o sentido para ele no dia em que uma mulher não engoliu a conversa de um mecânico.
É rapaziada... o mal do urubu é achar que o boi está morto.
_______________________________________________________________
Amanhã eu defendo minha monografia e
that's it, acabou-se a faculdade. Refletindo sobre o que me aguarda amanhã, sou acometida por dois fortes sentimentos.
O primeiro sentimento é de pânico total. Para dar vazão a meu nervosismo fiz uma representação gráfica do que eu espero para minha banca incluindo o retromencionado urso marrom. (
ui !
Retromencionado! gostaram né?) Posto aqui amanhã se arrumar uma alma caridosa que escaneie para mim.
O segundo sentimento é um patético saudosismo que me faz lacrimejar por aí. Tudo passa a ser "o último". A última aula, a última prova, o último atraso, o último tíquete de estacionamento, e por aí vai. E por falar em último, no domingo tivemos o primeiro churrascão da turma para despedida.
Eu digo primeiro porque foi efetivamente a única vez que toda a turma se reuniu em torno de carne e cerveja ignorando cinco anos de diferenças e segregação. A combinação Álcool + "eu te odeio, mas foda-se, nunca mais vou te ver" foi a responsável pela total perdeção de linha. Aproximadamente 40 pessoas foram parar na piscina de roupa e tudo incluindo o câmera man contratado pela empresa de formatura.
Minha vozinha terá o prazer de me assistir bêbada sendo atirada na piscina por meia dúzia de "marginaizinhos" igualmente chapados num enorme telão no dia da minha colação. Emocionante.